Data: 26-04-2012
Criterio:
Avaliador: Julia Caram Sfair
Revisor: Tainan Messina
Analista(s) de Dados: CNCFlora
Analista(s) SIG:
Especialista(s):
Justificativa
A. lacinatum é uma samambaia extremamente ornamental encontrada principalmente em áreas de restinga, da Bahia a Santa Catarina. É uma espécie amplamente distribuída (EOO=340.550,680 km²) e com diversas coletas ao longo do litoral. Dessa maneira, A. lacinatum pode ser considerada como uma espécie "Menos preocupante" (LC). Entretanto, por ocorrer em restinga, uma fitofisionomia bastante ameaçada, recomenda-se que sejam feitos estudos para se entender o real estado de conservação de A. lacinatum.
Atenção: as informações de taxonomia atuais podem ser diferentes das da data da avaliação.
Nome válido: Asplenium lacinulatum Schrad.;
Família: Aspleniaceae
A espécie apresenta população descontínua ao longo das florestas litorâneas, desde o Sul da Bahia até o Paraná (Simonelli; Fraga, 2007).
A espécie ocorre nos Estados Bahia, Espírito Santo, São Paulo, Rio de Janeiro, Paraná (Sylvestre, 2012) e Santa Catarina (CNCFlora, 2011)A espécie ocorre em altitude máxima de 10 m (Sylvestre, 2001), porém registro em herbário reporta a ocorrência em altitude de até 100 m (Matos, F. B., 1725, CEPEC 126057)
A espécie ocorre na região costeira do Brasil, geralmente nas florestas de restinga. São ervas terrícolas que crescem sobre solo humoso da mata, em locais úmidos e sombreados. Não ocorre em locais onde a vegetação foi alterada (Sylvestre, 2001).No Espírito Santo a espécie é indicadora de estágio clímax de restinga herbácea e subarbustiva, estágio primário de restinga arbustiva e estágio inicial de regeneração de restinga arbórea (MMA, 2011)
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
Por estar localizada ao longo da costa brasileira, a vegetação sobre arestinga está sob intensa pressão da ocupação humana desde a colonização queconseqüentemente causou alteração da paisagem original (Mantovani, 2003).Devido ao solo ser arenoso e solto, as restingas são altamente vulneráveis aoimpacto antrópico. Uma grande porcentagem já foi destruída pela mineração, desenvolvimento imobiliário e agricultura (SEAMA, 2001). A vegetação darestinga é geralmente mais densa e baixa do que outros tipos de vegetaçãoflorestal da região, o que faz dela uma fonte de madeira e lenha muitoapreciada para residências ou pequenas indústrias (Galindo-Leal; Câmara, 2005).
1 Habitat Loss/Degradation (human induced)
Detalhes
A destruição e degradação do habitat é, sem dúvida, a maior causa de perda de biodiversidade no Estado de Espírito Santo. Subsequentes ciclos econômicos, como o da exploração da madeira, da agricultura cafeeira, dos "reflorestamentos" homogêneos (Pinus e Eucaliptus), a incidência de espécies exóticas invasoras e sobre-exploração de plantas ornamentais são algumas principais ameaças incidentes sobre a flora do Estado (Simonelli ; Fraga, 2007).
1.1 Agriculture
Detalhes
Hoje, grande parte das florestas úmidas do sul da Bahia estão fragmentadas como resultado da atividade humana realizadas no passado, tais como o corte madeireiro e implementação da agricultura (Paciencia; Prado, 2005). Estima-se que a região tenha 30.000 ha de cobertura florestal (Paciência; Prado, 2005), 40.000 ha em estágio inicial de regeneração e 200.000 ha em área de pasto e outras culturas, especialmente cacau (Theobroma cacao L.), seringa (Hevea brasiliensis Muell. Arg.), piaçava (Attalea funifera Mart.) e dendê (Elaeis guianeensis Jacq.) (Alger; Caldas 1996). A maioria das propriedades particulares são fazendas de cacau, o principal produto da agricultura (Paciência; Prado, 2005)
1.2.1.3 Sub-national level
Situação: on going
Observações: "Vulnerável" (VU), segundo a Lista vermelha da flora de Espírito Santo (Simonelli; Fraga, 2007)
4.4 Protected areas
Situação: on going
Observações: A espécie ocorre nas seguintes unidades de conservação (SNUC): Parque Nacional do Pau-Brasil, BA, Estação Ecológica Ilha do Mel, Estação Ecológica de Guaraguacú, PR, Estação Ecológica de Chauas, SP (CNCFlora, 2011) e Reserva Biológica Estadual da Praia do Sul, RJ (Sylvestre, 2001)
- SIMONELLI, M.; FRAGA, C. N. (ORG.). Espécies da Flora Ameaçadas de Extinção no Estado do Espírito Santo. Vitória, ES: IPEMA, 2007. 144 p.
- GALINDO-LEAL, C; CÂMARA, I.G. Mata Atlântica: biodiversidade, ameaças e perspectivas. São Paulo, SP; Belo Horizonte, MG: Fundação SOS Mata Atlântica; Conservação Internacional, 2005. 472 p.
- MANTOVANI, W. Degradação de biomas brasileiros. Universidade de São Paulo, 2003. 367-436 p.
- SECRETARIA DO ESTADO DO ESPíRITO SANTO PARA ASSUNTOS DO MEIO AMBIENTE. Prioridades ambientais do estado do Espírito Santo, 2001.
- PACIÊNCIA, M. L. B.; PRADO, J. Effects of forest fragmentation on pteridophyte diversity in a tropical rain forest in Brazil, Plant Ecology, v.180, p.87-104, 2005.
- MINISTéRIO DO MEIO AMBIENTE. Resolução 438, 30 de dezembro de 2011, 2011.
- SYLVESTRE, L. Aspleniaceae in Lista de Espécies da Flora do Brasil, Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Jardim Botânico do Rio de Janeiro. Disponivel em: <http://floradobrasil.jbrj.gov.br/2012/FB090671>.
- SYLVESTRE, L. Aspleniaceae. In: STEHMANN, J. R.; FORZZA, R. C.; SALINO, A.; SOBRAL, M. COSTA, D. P. KAMINO, L. H. Y. Plantas da floresta atlântica. Rio de Janeiro, RJ: Jardim Botânico do Rio de Janeiro, p.516, 2009.
- SYLVESTRE, L. S. Revisão Taxonômica das espécies da família Aspleniaceae A. B. Frank ocorrentes no Brasil. Tese de Doutorado. São Paulo, SP: Universidade de São Paulo, 2001.
- Base de Dados do Centro Nacional de Conservação da Flora (CNCFlora). Disponivel em: <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/>. Acesso em: 2011.
CNCFlora. Asplenium lacinulatum in Lista Vermelha da flora brasileira versão 2012.2 Centro Nacional de Conservação da Flora.
Disponível em <http://cncflora.jbrj.gov.br/portal/pt-br/profile/Asplenium lacinulatum
>. Acesso em .
Última edição por CNCFlora em 26/04/2012 - 18:04:34